Síndrome de Down - Saiba a importância da prática de atividades, integração e inclusão.

A Síndrome de Down (SD) é um distúrbio genético com prevalência de 1:700 nascimentos. Seu quadro clínico geral é explicado por um desequilíbrio na constituição cromossômica, com um cromossomo a mais no par 21. A pessoa com a síndrome possui aparência facial distinta, deficiência intelectual, atrasos no desenvolvimento (da linguagem, emocional e motor) além da possibilidade de doença cardíaca, do trato gastrointestinal ou da tireoide.

Antes de buscar ou matricular uma pessoa em uma atividade, é importante descobrir qual é a melhor atividade para esta pessoa, consultando-a, considerando seus interesses e potencialidades. Com a pessoa com Síndrome de Down não é diferente. Caso contrário à atividade que poderia ser prazerosa e estimulante pode ser percebida como uma situação aversiva. A seguir estão algumas atividades que podem ser consideradas no momento de pesquisa e conversa:

- Esportes: O esporte pode ser considerado uma atividade com diversos benefícios para a qualidade de vida de qualquer pessoa. Em pessoas com Síndrome de Down, pode auxiliar no fortalecimento muscular, na prevenção da obesidade (comum em pessoas com a síndrome), no processo de socialização, no desenvolvimento da percepção corporal, entre outros benefícios. Porém, deve ser realizada uma avaliação médica prévia para averiguação de possíveis alterações de saúde mais específicas que precisem ser levadas em consideração para a prática de esportes. Além disso, a atividade deve supervisionada por profissionais capacitados (educador físico, fisioterapeuta e médico) para que a estimulação ocorra sem sobrecarga física e/ ou emocional. Aulas de equoterapia podem facilitar o desenvolvimento de tônus e força muscular, além de equilíbrio corporal.  

- Brincar/ Jogos: O brincar é um fenômeno universal e sua ação é muito importante para o desenvolvimento humano. Pode proporcionar a integração social, a inclusão, o desenvolvimento da linguagem e de capacidades físicas, motoras, emocionais e cognitivas (como raciocínio lógico, concentração, memória, entre outras). É muito importante que os adultos (familiares, profissionais da educação e da saúde) possibilitem a acessibilidade, ou seja, estruturem o meio ambiente e disponibilizem tempo para que a criança realize a atividade do brincar de forma que tenha contato com outras crianças, outros adultos e diversos tipos de materiais, pois independentemente de suas condições o brincar é essencial para constituição da infância. Um ambiente lúdico que permita o uso da criatividade poderá tornar dinâmica e divertida a aprendizagem de algumas habilidades.

- Música (dança ou aulas de música): A música pode fazer bem para todas as pessoas. Dependendo do ritmo pode auxiliar a pessoa a se acalmar, além de poder ser divertida. Canções são bons recursos para a criança se familiarizar com as palavras, pode favorecer a sensibilidade auditiva de forma positiva, auxiliar na aquisição de vocabulário novo e na melhora da pronúncia. Já a dança pode favorecer a percepção corporal e espaço-temporal, a autoestima, a capacidade de socialização, entre outras capacidades. Sessões de musicoterapia, aulas na escola que envolva musicalidade ou aulas de dança são exemplos de atividades que abrangem música.

Outras atividades:

- Artesanato: Auxilia na expressão da criatividade, contribui para coordenação motora fina, socialização e autoestima.

- Informática: Aulas de informática na escola ou cursos de informática podem proporcionar o aprendizado de ferramentas básicas para facilitar integração social, realização de trabalhos acadêmicos e inserção no mercado de trabalho.

- Culinária: Além da possibilidade de desenvolvimento da autonomia, possibilita também a inserção no mercado de trabalho.

*Estas e outras informações também estão disponíveis na reportagem para a Revista Viva Saúde: https://vivasaude.digisa.com.br/clinica-geral/importancia-da-pratica-de-atividades-para-pessoas-com-sindrome-de-down/6792/ 

Leia também o artigo sobre avaliação do brincar de crianças com Síndrome de Down: Modelo Lúdico.pdf (267055)